Filomena Vieira arrolou a atriz da TVI para testemunhar por ela em dois julgamentos relacionados com o acidente que provocou a morte do seu filho. A família tem lidado com diversas questões que se prendem com dívidas e penhoras...
A alguns dias de assinalar a data de aniversário do filho, que faria 31 anos a 31 de dezembro, não fosse a fatalidade do acidente mortal a 25 de junho de 2011, a mãe de Angélico Vieira prepara-se para começar o ano sentada no banco dos réus, já que em janeiro arranca com uma audiência de partes, no Tribunal de Aveiro, o julgamento em que os pais de Hélio Vandunen pedem cerca de 236 mil euros de indemnização pela morte do filho, falecido no mesmo acidente que vitimou o cantor.
Porém, Filomena Vieira, cabeça de casal da herança de Angélico, não está sozinha nesta batalha legal, pois conta com Rita Pereira para testemunhar a seu favor. “Nesta primeira audiência o juiz vai tentar que as partes entrem em acordo, mas tudo indica que será inútil porque nem Filomena nem os outros quatro réus do processo, como o Auguscar, de onde era o BMW 635 no qual o cantor teve o acidente fatal aos 28 anos, o Luís Filipe Gonçalves Unipessoal, a Impocar e o Fundo de Garantia Automóvel, estão dispostos a pagar. Será uma audiência para acertar datas”, revelou-nos fonte ligada ao processo, garantindo-nos que a mãe do cantor “jamais iria aceitar uma proposta que atribuísse as culpas da morte de Hélio ao filho”.
Nesta ação, os pais de Hélio Vandunen são implacáveis quando afirmam que Angélico foi o principal culpado, pois circulava a mais de 230 km/h quando se despistou na A1, sentido Norte/Sul, na zona de Estarreja.
A defesa contestou alegando um possível problema nos pneus do carro. Contudo, as idas ao tribunal de Filomena Vieira e Rita Pereira não vão ficar-se por esta ação intentada pelos pais de Hélio Vandunen contra os herdeiros de Sandro Milton Vieira Angélico, na pessoa da sua mãe.
Quase em simultâneo arranca outro julgamento, no Tribunal de Vila do Conde, e mais uma vez, Filomena terá a seu lado a ex-namorada do filho, Rita Pereira, para testemunhar a favor dela na ação que intentou contra Augusto Fernandes e a Impocar, Comércio de Automóveis, Lda. Neste processo, os pais de Angélico Vieira pedem aos réus uma indemnização de 115 mil euros correspondente ao somatório de valores resultante de uma suposta venda usando recurso a uma alegada falsificação da assinatura de Angélico no contrato de compra e venda de dois veículos, Ferrari e Audi, e ainda, 24 500 euros, correspondentes à alegada diferença entre a venda de um Porsche (42 500) e a aquisição de um outro veículo que este comprou para oferecer à mãe e que lhe teria custado 18 mil euros.
No total, a indemnização pedida pelos pais de Angélico ronda os 134 500 euros, acrescida dos respetivos juros vencidos. A NOVA GENTE sabe que Augusto Fernandes contestou esta ação dos pais do músico defendendo que eles “alegaram uma mescla de factos fundados em suposições e hipóteses” chegando mesmo a entrarem “em contradição”. Diz também que o casal “escora o seu articulado numa suposta falsificação de assinaturas num contrato de venda” e “concluem que pode não existir essa falsificação”.
Rita Pereira e Filomena são unha e carne. Os laços que unem a atriz a Filomena Vieira são muito apertados e a mãe do músico parece não dar um passo sem se aconselhar com a ex-namorada do filho. Mesmo depois do acidente mortal, as duas continuaram a ver-se e a falar-se telefonicamente quando não podiam estar juntas. A atriz ter-se-á tornado no principal apoio de Filomena, que confia nela de tal maneira que até se aconselha com a atriz para decidir sobre diversas situações da sua vida, como por exemplo, a quem deve ou não dar entrevistas.
A cumplicidade entre ambas é tanta que a mãe de Angélico já foi vista a ajudar Rita Pereira em casa e frequentemente andam juntas. “Ela vem do Feijó a Carcavelos para irem à feira e até costuma almoçar aqui na zona com a Rita. Dão-se muito bem e apoiam-se mutuamente”, disse um amigo da atriz. Certo é que Filomena Vieira se mantém em silêncio sobre todos estes processos que enfrenta, não escondendo a saudade e a dor que sente por ter perdido o filho. E, com o aproximar do último dia do ano, altura em que Angélico faria 31 primaveras, a mãe do músico fica emocionalmente mais sensível e tocada pelas recordações.
Aliás, quando lançou o livro Nunca te Esquecerei, a 22 de junho de 2012, a mãe de Angélico não conseguiu conter a emoção. Filomena Vieira Angélico estava de tal forma emocionada que não conseguiu proferir as palavras dedicadas ao filho. Mais uma vez, valeu-lhe Rita Pereira que assumiu o seu papel, cabendo a ela proferir tal discurso: “Ao maior amor da minha vida, ao meu grande e único herói. Dia após dia tento ser forte à imagem de todos os que me rodeiam, mas, Sandro, eu estou a sobreviver e não é justo nem mereço.”
Este foi apenas mais um dos muitos episódios que D. Mena, termo carinhoso com que é tratada pelos amigos, teve de ultrapassar. Por exemplo, no dia em que se celebrou um ano após a morte de Angélico Vieira, familiares e amigos fizeram questão de recordá-lo numa missa na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no Laranjeiro.
Mais uma vez, Filomena Vieira não resistiu à emoção, acabando por desmaiar na igreja no momento em que se ouvia a música Mamã África. Episódios como estes têm-se sucedido com alguma regularidade, “havendo lugar a altos e baixos, momentos menos dolorosos, mas para ela, o Angélico era a sua vida”, diz um amigo, adiantando ainda: “A D. Mena continua muito fragilizada emocionalmente. Para ela o Angélico está sempre cá, pois as coisas dele estão intactas... como ele deixou.”
Fonte: Nova Gente