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ritapereiraportugal

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14
Set15

A FORÇA DO AMOR

*Patricia*

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 “É hora de falar”, atirou ela, semanas antes desta entrevista. No dia, estávamos ambas nervosas. Sabíamos que a conversa iria mexer com as memórias e com o amor. O de ontem e o de hoje. Rita Pereira fala pela primeira vez de como viveu a morte do homem que tanto amou. E talvez agora esteja pronta para seguir em frente. Angélico é um passado sempre presente porque, afinal, o tempo não cura. O tempo só atenua a saudade.

 

Cristina Ferreira (C.F.) – Obrigada, Rita, por teres aceitado o meu convite. A verdade é que nos conhecemos desde sempre… Devemos ter entrado neste meio, mais ou menos, ao mesmo tempo. Há quantos anos estás na televisão?

Rita Pereira (R.P.) – Há 12 anos.

C.F. – Eu, há 11. Portanto, andamos aqui a par uma da outra. Fui acompanhando o teu percurso e achei sempre que tinhas uma personalidade tão forte que aguentavas tudo. Foi por isso que pensei que o tema desta entrevista só poderia ser o amor. Porque tu, para seres essa fortaleza, deves ter sido mesmo muito amada desde sempre. É verdade?

R.P. – Sim. Eu tenho noção disso, e a cada dia essa noção aumenta. O meu grande segredo é o amor. Sem dúvida. O amor que a minha família me deu e tudo o que vivi na infância. Fui sempre tão feliz!… Nunca fomos ricos, nem eu tive tudo o que queria, não tive os brinquedos todos com que sonhava, os meus livros da escola eram emprestados porque eu fazia questão disso, de evitar que os meus pais gastassem dinheiro quando podia conseguir os manuais emprestados. Mas sempre tive consciência de que era muito feliz. E não sabia que havia pessoas infelizes. Achava que eram todos tão felizes quanto eu.

C.F. – Mas, infelizmente, há pessoas infelizes…

R.P. – Sim, e foi depois de crescer que tive consciência disso, de que havia histórias de infâncias infelizes. Felizmente, a minha foi perfeita.

C.F. – A tua família emigrou. Tu emigraste e bem pequenina…

R.P. – Sim, emigrámos quando eu tinha três anos. Parte da família da minha mãe já estava a viver no Canadá há alguns anos, tanto que os meus primos são canadianos e mal falam português. A minha irmã também nasceu no Canadá, por sinal. E lá passei uma fase ótima.

C.F. – Aceitaste bem o nascimento da tua irmã?

R.P. – Eu gostei. Ela é que sofreu muito [risos]. Confesso… Ela sofreu muito comigo [risos]. Há uma história – que, por acaso, acho que nunca contei publicamente – que remonta ao tempo em que a minha irmã ainda não falava… E sabes quando estás a fazer o tão-balalão?… Portanto, eu estava a embalar a minha irmã e, de repente, ela vai para trás com força e bate com a cabeça no chão, começa a gritar e eu vou a correr, pego em algumas bonecas e finjo que está tudo bem. O meu pai chega e pergunta o que é que se está a passar e eu: “Ai que horror, deve ter caído” [risos]. O que vale é que, nessa altura, ela não falava, porque quando começou a falar, a coisa tornou-se mais complicada…

C.F. – Porque aí ela começou a contar o que tu lhe fazias [risos]…

R.P. – Pois… [risos] Mas fomos muito felizes também. Muitas vezes, eu obrigava-a a fazer teatros… Ela estava sempre mascarada de cão e de rato e de coisas assim…

C.F. – Que tipo de ligação é que manténs, hoje em dia, com a tua irmã?

R.P. – Somos muito confidentes. Contamos tudo uma à outra. A minha irmã é… tudo para mim. Mais até do que os meus pais.

C.F. – Achas mesmo?

R.P. – Sim. E quando eu digo que é mais do que os pais é… [pausa] Enfim, como eu já tenho consciência da morte e da saudade que a morte provoca, às vezes, começo a pensar como será lidar com a ausência das pessoas que me são próximas… E reflito sobre isto devido a tudo o que já me aconteceu… E penso como é que será perder esta ou aquela pessoa… Chego à conclusão de que não saberia viver sem a minha irmã… Acho que se ficasse sem a minha irmã, seria derrubada.

C.F. – E como é que vocês, que passaram uma infância tão feliz, viveram depois, em plena adolescência, a separação dos vossos pais?

R.P. – Foi muito complicado, porque não estávamos mesmo à espera de que isso acontecesse. Eu tinha 16 anos, a minha irmã, dez. Nunca nos tínhamos apercebido de que havia alguma coisa mal. Os meus pais nunca discutiram à nossa frente… Portanto, a separação decorreu pacificamente. Os nossos pais juntaram-nos na sala e disseram-nos que não estavam a entender-se e que continuaríamos a ser felizes, mas… em duas casas. E assim foi. Depois, eu e a minha irmã tornámo-nos meninas de recados… Era “diz isto ao teu pai” ou “diz isto à tua mãe”… E essa situação é que me marcou negativamente.

C.F. – Mas eles não ficaram amigos?

R.P. – Houve ali uma fase em que eles, realmente, não se falavam. Daí, nós servirmos de meninas de recados. A minha irmã só ganhou com isso [risos]… Porque recebia tudo aquilo que pedia. Por outro lado, eu cresci um bocadinho mais depressa. A minha mãe trabalha na Santa Casa da Misericórdia, com crianças abandonadas… Ela não é a professora, é antes, a tutora, a ‘mãe’, dessas crianças e, na altura em que se divorciou, ela tinha de dormir, dia sim, dia não, lá no trabalho. Então, nós ficámos com o nosso pai, o que é uma coisa rara… Normalmente, as meninas ficam com as mães… E isso fez-me alguma confusão porque a minha mãe, estando sempre presente, não estava lá em casa. Então, eu tornei-me um bocadinho mãe da minha irmã. Por exemplo, num jantar de família, se a minha irmã se portasse mal, ela não olhava para os meus pais, olhava para mim.

C.F. – Vocês tornaram-se as meninas do papá…

R.P. – Posso dizer que sim [risos]. Víamos e continuamos a ver a nossa mãe todas as semanas. Mas acho que sim, que me tornei um bocadinho a menina do pai. E se já se costuma dizer que as meninas, por norma, são mais dadas aos pais, no meu caso, pelo facto de ter passado a viver com o meu pai a partir dos 16 anos, isso aproximou-nos ainda mais.

C.F. – E a tua mãe nunca teve ciúmes?

R.P. – A minha mãe, se calhar, tem pena de não ter ficado connosco a tempo inteiro. Mas o trabalho dela impediu-a… E lá está: isso não é uma coisa que me afete muito, porque foi tudo muito bem resolvido e a minha mãe está muito presente. Aos 21 anos, saí de cada. Portanto, só não vivi com a minha mãe dos 16 aos 21. O certo é que, por causa da separação dos meus pais, ganhei um chef cinco estrelas, uma quase estrela Michelin [risos]…

C.F. – O teu pai não cozinhava?

R.P. – Cozinhava, mas não cozinhava tanto assim. A partir do momento em que eu e a minha irmã fomos viver com ele é que começou a cozinhar mais. Sabes como é… Numa casa, a mulher assume sempre esse papel. E era o que acontecia quando vivíamos todos juntos.

C.F. – Nunca sonhaste com a reconciliação dos teus pais?

R.P. – Muitas vezes… Muitas vezes pensei que eles iam voltar… Até agora, não aconteceu, mas ainda pode acontecer! [risos]

C.F. – [risos] Mas sabes que isso é comum nos filhos de pais separados? Há sempre uma esperança na reconciliação…

R.P. – Eu acho que sim, também [risos]. Pai, mãe… desculpem… [risos].

C.F. – Mas notas que há alguma coisa entre eles?

R.P. – A nossa vida em conjunto foi tão perfeita e tão harmoniosa que é natural que eles se amem para sempre. Mesmo que a vida não volte a juntá-los. Eu sei que se acontecer alguma coisa a um, o outro sofrerá…

C.F. – Portanto, passaste a partilhar tudo com o teu pai…

R.P. – Já contava tudo à minha mãe e passei, sim, a contar tudo também ao meu pai [risos]… E é engraçado que o meu pai sempre teve muita confiança em nós, mas, a partir dos 16 anos, eu comecei a ter mais truques com ele [risos]…

C.F. – Truques?! [risos] Que truques?

R.P. – Do género, chegar mais tarde do que o previsto, sem que o meu pai ficasse chateado. E descobri o truque perfeito [risos]. Pai, desculpa, mas vou ter de contar [risos]. O meu pai é muito guloso. E muito dorminhoco também! Dorme como uma autêntica pedra. Ora, a partir dos 16, o meu pai deixou de me ir buscar aos sítios para onde saía de noite, sendo que eu, apesar de tudo, quando chegava, tinha sempre de o acordar e dizer que tinha chegado. Então, o que é que eu fiz? Os meus amigos ficavam sempre até às cinco da manhã, e eu só podia ficar até por volta das três. Então, descobri um sítio onde se vendiam bolos às cinco e às seis da manhã e… lá ia eu. Pedia sempre o bolo mais doce. Era sempre o mil-folhas. Pronto! E, assim, chegava às seis da manhã a casa, entrava no quarto devagarinho, virava o despertador e empurrava-lhe o bolo: “Pai, trouxe-te um bolo!” [risos]. E o meu pai, ainda deitado, de olhos fechados, comia o bolo e dizia: “Estava mesmo a apetecer-me! Obrigado, filha!” No dia seguinte, ele perguntava-me a que horas é que eu tinha chegado, e eu dizia-lhe: “Então, tu pediste-me para chegar às três e eu cheguei às três…” [risos]

C.F. – Pode dizer-se que viveste uma adolescência sem dramas…

R.P. – Sim, vivi uma adolescência com muitos amigos e muito feliz. Vivi tudo na hora certa. E lá está: tudo porque os meus pais sempre tiveram muita confiança em mim. Os meus pais nunca me mandaram estudar, por exemplo. E isso porque eles sabiam que, no final do ano, as notas apareciam. Nunca fui menina de vintes. Mas era menina de quinzes e dezasseis.

C.F. – E tinhas muitos meninos atrás de ti, nessa altura?

R.P. – Tinha, mas para jogaram basquetebol comigo [risos]. Confesso que não era muito namoradeira.

C.F. – Mas tinhas ar de maria-rapaz ou já eras muito feminina?

R.P. – Era muito feminina… Era a miúda que chegava e os rapazes olhavam e mandavam piropos. Mas, depois, quando eu dizia “Como é? Vamos jogar ali um basquetezinho?”, eles aí percebiam como é que eu era…

C.F. – Chegavas a ser bruta para eles?

R.P. – [com voz sumida] Muito bruta [risos]… Eu era superbruta. Eu era tão bruta que o meu pai – que era jogador e treinador de basquetebol – em cinco anos viu apenas uns três jogos meus. Eu dava tanta porrada e levava tanta porrada, que o meu pai dizia: “Eu não quero ver isto!” E ia-se embora. Isto porque o basquetebol feminino, ao contrário do que as pessoas pensam, é muito mais agressivo do que o masculino.

C.F. – E foi por causa de uma lesão que abandonaste o basquetebol…

R.P. – Sim, aos 19 anos…

C.F. – Mudemos de assunto e falemos de amor… Quando é que o amor – um amor como aquele que existiu entre a tua mãe e o teu pai – entrou na tua vida?

R.P. – Aos 14 anos, apaixonei-me e mantive esse namorado durante uns anos. Gostei mesmo muito dele.

C.F. – Ainda falas com ele?

R.P. – Não, por acaso não… Não nos vemos há imenso tempo, embora tenhamos amigos em comum. Não o vejo há muito, mas sei que o vir estará tudo tranquilo.

C.F. – Mas foi namorado de ir a tua casa e os teus pais o conhecerem e isso tudo?

R.P. – Sim, isso tudo. Foi uma coisa à séria.

C.F. – E contigo, ao que sei, foi sempre assim: à séria…

R.P. – Sim. Os namoros que tive foram longos. O primeiro durou cinco anos. O segundo, seis. E foram esses os namoros que eu tive. E acho que o amor, mesmo a sério, foi aos 21… Foi aí que eu percebi: “Ah! Isto é mesmo fixe!”

C.F. – Já com aquela pessoa que consideraste a tua alma gémea…

R.P. – Sim…

C.F. – Mas como é que soubeste que tu e o Angélico eram um só? Eras muito miúda…

R.P. – Sim, eu tinha 21 anos, mas, de repente, havia ali uma pessoa que me irritava…

C.F. – Ah! Ele começou por te irritar…

R.P. – Sim, e eu perguntava-me sobre o porquê de ele me irritar… Eu achava que ele tinha a mania e que se achava o maior… Mas, ao mesmo tempo, ficava intrigada sobre o porquê de eu lhe ligar tanto. Até que percebi que havia ali alguma coisa [risos]…

C.F. – E o sentimento dele, em relação a ti, era semelhante…

R.P. – Sim, ele achava que eu era uma manienta, e que nunca na vida iria ter alguma coisa comigo. Tanto que ele, o Angélico, achava a Cláudia Vieira muito gira. Nós andávamos sempre juntos: eu, ele, a Cláudia e o Pedro [Teixeira]. Quando ele falava da Cláudia, eu ficava com ciúmes… [risos]

C.F. – E foi um jogo de basquetebol que decidiu o início do vosso namoro…

R.P. – [risos] Tu sabes tudo…

C.F. – [risos] Pois sei…

R.P. – Foi mesmo. Porque o Angélico também gostava de jogar basquetebol e jogava bem e, às tantas, propôs-me um jogo. E esse jogo já tinha uma intenção, porque se eu ganhasse, podia escolher o restaurante para jantarmos. Se ganhasse ele, recebia um beijo. E eu deixei-o ganhar.

C.F. – Ah… [risos] Tu querias o beijo.

R.P. – [risos] Sim, e foi muito engraçado… Eu estava com 21 anos, já tinha namorado antes e… bolas… quando ele me disse: “Ganhei!”… Fiquei sem jeito, queria ir-me embora e tudo. E ele: “E então, o meu beijo?” E eu obriguei-o… [pausa com muitos risos]… a ir para debaixo de uma rampa de skate, porque não queria que ninguém visse o beijo [risos]. Mas, lá está… Era por essas pequenas coisas que eu percebia que aquele sentimento seria diferente, especial.

C.F. – Na altura, estavam ambos no auge do sucesso, com a série “Morangos com Açúcar”. Como é que geriram isso? Conseguiram viver à parte dessa mediatização?

R.P. – Hoje em dia, percebo que não… Porque eu hoje vivo à parte da mediatização e sei ver as diferenças. Naquela altura, tínhamos… vamos dizer assim… pessoas más à nossa volta e que nos influenciavam muito. Por outro lado, também ligávamos muito ao que as revistas inventavam. Todos os dias havia romances paralelos, traições de ambas as partes… E tudo aquilo mexia connosco. Discutíamos muito mesmo por causa dessas coisas.

C.F. – Quantos anos é que estiveram juntos?

R.P. – Seis anos. Cinco e mais um que ninguém soube [risos]. E fomos muito felizes. Nós éramos muito amigos e essa amizade, ao contrário de tudo o que foi escrito, ficou sempre. Depois de terminarmos a relação continuámos a falar muito. Eu sabia tudo. Sabia de todas as miúdas com quem ele estava, aquelas de quem ele gostava mais, as que ele achava que tinham um rabiosque melhor… [risos]

C.F. – Mas quem é que decidiu acabar?

R.P. – Decidimos um bocadinho os dois. E eu acho que o grande motivo foi o facto de não conseguirmos estar muito tempo juntos. Ele saía de casa às oito da noite – que era a hora a que eu chegava -,gravava a noite inteira e eu saía às sete da manhã, que era a hora a que ele chegava. E isto levava a discussões do género: “O que é que fizeste, o que é que não fizeste… Estiveste aqui, estiveste ali…” E quando estávamos juntos, nunca discutíamos.

C.F. – Sonhaste casar-te com ele?

R.P. – Sim, claro… Numa praia, ou assim…

C.F. – Tinham, então, até imaginado esse momento. Mas quando se deu a separação, como é que ficaste?

R.P. – Ficámos os dois muito desorientados. Até porque as revistas começaram logo a atacar, dizendo que ele estava com outra e eu com outro, enfim…

C.F. – Mesmo separados, continuavam a amar-se?

R.P. – Claro… Mesmo separados, quando víamos os boatos nas revistas, ligávamos um ao outro para tirar satisfações [risos].

C.F. – No fundo, nunca se separaram…

R.P. – Não!… Nunca nos separámos!… É uma relação que fica para sempre. Assim como a amizade com a Mena, a mãe do Angélico, também fica para sempre.

C.F. – Quando se deu o acidente, estavam ou não estavam a tentar ficar juntos de novo?…

R.P. – [pausa com risos] Nós não estávamos juntos… Tínhamo-nos reencontrado um mês antes e tínhamos começado a conversar de uma maneira diferente. Não quero magoar ninguém que, na altura, pudesse estar com ele. E esta é a verdade.

C.F. – Tu sentias que havia ali, de novo, alguma coisa…

R.P. – Sim… sentia. E não era que o tivéssemos procurado. Aconteceu. Aconteceu estarmos os dois no Porto a ver um jogo de basquetebol dos Globetrotters, uma equipa internacional, e termos, aí, começado a conversar… Foi, exatamente, um mês e quatro dias antes de o acidente acontecer…

C.F. – Sentes, então, que a vida te pôs à prova no dia em que recebeste aquele telefonema…

R.P. – Sim… muito…

C.F. – O que é que te disseram nesse telefonema?

R.P. – Ai… Cristina… [emociona-se]…

C.F. – A ti disseram-te logo a verdade?

R.P. – Mais ou menos… Primeiro, quando olhei para o visor do telemóvel, achei logo estranho que aquela pessoa estivesse a ligar-me… Tanto, que a primeira coisa que disse, sem que a pessoa do outro lado tivesse aberto a boca, foi: “O que é que aconteceu ao Angélico?” E essa pessoa disse-me que o Angélico estava no hospital, em estado muito grave, e que eu tinha de ir logo para o Porto e tinha de levar a Mena comigo.

C.F. – E foste tu que ligaste à mãe do Angélico…

R.P. – Sim.. e foi muito mau ter de ser eu a dizer-lhe. Embora, na verdade, naquele momento, nunca me tivesse passado pela cabeça que o final pudesse vir a ser aquele. Nunca. Eu percebi logo que era muito grave… Só que, lá está, nunca tinha lidado com a morte. Quando o meu avô materno faleceu, eu era ainda muito pequenina, portanto, não me apercebi. Nunca tinha lidado de frente com a morte… O que eu pensei foi que, sendo o Angélico tão forte, ele iria sobreviver.

C.F. – Sobre o que é que falaram as duas, tu e a mãe do Angélico, durante a viagem até ao Porto?

R.P. – Ah… Foi horrível, Cristina… O meu pai foi levar-me a casa dela por volta das cinco da manhã. Eu tive de dizer à Mena que o Angélico tinha sofrido um acidente, mas que estava tudo bem. Tive de mentir… E disse-lhe que tínhamos de ir ao Porto. Decidimos ir de avião, mas não conseguimos embarcar no primeiro voo, tivemos de esperar duas horas. E aquelas duas horas foram terríveis. Recebia telefonemas do hospital a darem-me conta do estado do Angélico, tinha a Mena a pedir-me a verdade, a verdade, a verdade… E eu sempre a rir-me e a dizer-lhe que estava tudo bem. E a mentira sucessiva durante aquelas duas horas… foi massacrante. Sinto que, naquelas duas horas, cresci dez anos. Eu tinha uma responsabilidade tão grande em cima dos ombros que virei mãe, amiga… Fiz todos os papéis.

C.F. – E estavas cheia de medo de chegar ao hospital…

R.P. – Sim, e a primeira pessoa com quem os médicos conversaram foi comigo. E foi terrível! Houve um enfermeiro – nunca esquecerei isto – que foi muito insensível quando lhe perguntei sobre o estado do Angélico. Ele disse-me: “O Angélico sobreviver e um tetraplégico voltar a andar é a mesma coisa.” Assim!… E depois… Fui para a igreja do hospital e rezei. Nunca na vida tinha rezado, não sabia o que era rezar, nem o que era pedir… A minha avó era católica e ensinou-me algumas orações, mas rezar para pedir alguma coisa, isso eu nunca tinha feito. Foi estranho, mas a verdade é que me ajoelhei naquela igreja e pedi muito, rezei muito. E estava muito desorientada, porque não me lembro de muitas coisas. Tenho imagens soltas. Não tenho o filme todo certinho…

C.F. – Os teus pedidos não foram atendidos… Como é que se vive uma partida destas?

R.P. – [suspiro] Bem, em primeiro lugar, eu queria ser forte. E queria ajudar os outros e tratar das coisas… Tratar do funeral, da roupa que ele ia usar…

C.F. – Sem chorar?

R.P. – Sim, sem chorar. E lembro-me de que um dos momentos mais dramáticos foi quando tive de dizer à Mena que ele queria ser cremado. A Mena… A Mena não queria. Agarrou-me, aos gritos, e disse-me que isso nunca iria acontecer, pois não fazia parte dos princípios dela. Claro que depois cedeu…

C.F. – O Angélico não mais falou, não mais teve uma reação… Mas tu despediste-te dele?

R.P. – [com voz sumida] Sim… despedi-me… Conversei muito com ele, pus muitas músicas para ele ouvir…

C.F. – Qual foi a última coisa que lhe disseste?

R.P. – Eu perguntei-lhe muitas vezes porquê… “Mas porquê? Porque é que isto aconteceu?” Mas nunca pensei mesmo que o desfecho fosse aquele. Mesmo no último dia em que saí do hospital, não saí a pensar que ia dizer adeus. Portanto, conversei longas horas com… [pausa] com o corpo, não é? Mas nunca saí dali a pensar que não voltaria a vê-lo vivo.

C.F. – Quando é que começaram as saudades difíceis de superar?

R.P. – Quando cheguei a casa, já depois do funeral, depois de tudo… Aí é que me bateu… Aí é que percebi o que é que, realmente, tinha acontecido. E todo aquele primeiro ano foi horrível…

C.F. – Quem é que foi importante para ti nessa altura? Choraste no ombro de quem?

R.P. – Da minha irmã. Em frente aos meus pais nunca chorei. Eles ligavam e perguntavam-me como é que eu estava e eu dizia que estava tudo bem. Fazia de conta que andava ocupada. A minha irmã é que levou com o filme todo, como se costuma dizer.

C.F. – O que é que tu guardas dele? Ainda tens coisas dele em casa?

R.P. – Tenho [risos]… Essas coisas estão guardadas e sinto, muitas vezes, que essas coisas são protecções minhas. Sinto que o Angélico me protege. E não escondo isto de ninguém.

C.F. – É um passado que não queres apagar, de todo! E que não vais esquecer nunca…

R.P. – Não costumo falar disto publicamente. Entre amigos, falo muito, sinto-me bem a falar do Angélico e sinto que me faz bem falar dele. Penso muito sobre o que andaria ele a fazer se ainda estivesse cá [sorrisos].

C.F. – Chegaste a pensar que a tua capacidade de amar tinha acabado aí?

R.P. – Na altura, decidi: “Eu não quero amar mais ninguém!” Não queria gostar de ninguém. Dizia a mim mesma: “Nunca mais na vida volto a sofrer desta maneira. Mas nem pensar!” [pausa] “Portanto, a única solução é eu não amar mais ninguém! Já tenho de me preocupar com o sofrimento de uma eventual perda da minha irmã ou dos meus pais, não vou meter mais uma pessoa na minha vida!” Foi assim que eu pensei.

C.F. – Mas sentias que, caso te apaixonasses, estarias também a desrespeitar aquele que tinha sido o amor da tua vida?

R.P. – Não! Não é por aí. Porque, lá está, quem eu perdi foi um grande amigo. Apesar de ter sido um grande amor, no momento em que ele partiu, éramos amigos.

C.F. – O tempo cura tudo?

R.P. – Não! Não. O tempo atenua a saudade… e atenua o sofrimento. O tempo ensina-nos e habitua-nos. Mas o sofrimento não se esquece e o que eu sofri estará sempre dentro de mim. E o medo de perder é eterno.

C.F. – Mas voltaste a descobrir o amor…

R.P. – [risos] E sou feliz como não imaginava ser…

C.F. – Se o Angélico estivesse cá, o que é que achas que ele te diria sobre o teu namorado?

R.P. – [pausa] “O gajo é um ganda bacano!” [risos]

C.F. – Falaste com o Angélico sobre o assunto, mesmo não estando ele cá?

R.P. – [pausa/comoção] Acho que foi o Angélico que o escolheu… Acho que foi por aí. Acredito que ele me foi orientando durante estes quatro anos. E eu deixei. Estava na hora e quando o amor apareceu, achei que era só mais um. Mas comecei a perceber que o caminho era este. Foi tudo tão perfeito que achei que este amor teve a mão do Angélico. São coisas que se sentem e que ninguém explica.

C.F. – Que força é que tem, afinal, o amor, Rita?

R.P. – O amor domina a minha vida. Vivo muito de amor.

C.F. – E estás pronta para… o amor de mãe?

R.P. – Sim, sim… Acho que estou pronta. A profissão ainda controla um bocadinho a minha vida, mas é um amor que eu quero em breve.

C.F. – Rita, muito obrigada…

R.P. – Obrigada eu [risos]…

C.F. – … e parabéns pela tua força!

R.P. – Obrigada!

 

Fonte: rita-pereira.com

14
Set15

Cristina Ferreira entrevista Rita Pereira - Completo (14/09/2015)

*Patricia*

 Actualizado (27/8/2016)

http://www.tvi.iol.pt/programa/cristina/55f310140cf244f583cbabbf/videos/--/cristina--videos/video/55f719570cf2e6961770ee64/1

02
Set15

Rita Pereira no Catpower - Rádio Comercial

*Patricia*

 

 

01
Set15

Rita Pereira já é 'madrasta'!

*Patricia*

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 O namorado da atriz já é pai...

O romance de Rita Pereira e Guillaume Lalung está na boca de todos e sabe-se agora que o noivo de Rita Pereira é pai, o que faz da atriz 'madrasta'.

Luan é o nome do filho do namorado da atriz e tem quatro anos de idade.

A criança encontra-se a passar férias em Portugal, mas vive em Paris.

E parece que Rita já se dá muito bem com o pequeno Luan.

Fonte: Nova Gente

16
Mar15

Entrevista exclusiva a Rita Pereira em comemoração dos 33 anos no Câmara Exclusiva - 13.03.2015

*Patricia*

 

16
Set13

Facebook

*Patricia*

Quando estou mais em baixo, por uma razão ou por outra,  gosto de dar um saltinho ao Hospital da Estefânia para distribuir e receber sorrisos. Faz-me bem. Relembra-me o valor da vida, da família, de como tudo é efémero quando não temos saúde. Hoje partilho convosco este segredo, não para provar alguma coisa, ou para que me achem especial, mas sim para homenagear estas equipas incríveis de médicos, enfermeiros e auxiliares, que todos os dias ajudam estas crianças a sorrir. Da minha parte, fica um grande obrigada. Saúde para todos.

 

Special and incredible people #allmyrespect#medicoseenfermeiros#hospitalestefania#giveasmileandgetoneback

 

Autorizada a usar só uma muleta, autorizada a pôr o pé no chão, autorizada a parar o brufen, autorizada a não colocar a ligadura!!! Oh yeahhh!!! Good Vibes!!!

 

Carregado a 12/9

 

Acabei de chegar do aeroporto, onde me fui despedir da minha melhor amiga e destes dois amores. Ainda falta até os voltar a ver... É tão difícil estarmos longe dos que amamos. Admiro a coragem das pessoas que emigram, sem data de regresso, e deixam para trás a família para lhes poder proporcionar uma vida melhor. É com certeza uma das partes mais difíceis da emigração... Para todos vós a minha força!!!

 

Hoje, eu e o meu pai vamos almoçar fora!!! Eheheh!!! É uma boa sugestão para pouparem dinheiro, não acham?! Bom apetite para todos!!!

 

Hoje, eu e o meu pai vamos almoçar fora!!! #almoçonavaranda #chiqueebarato#familymoment

 

Carregado a 14/9

13
Jul13

Rita Pereira: "Vou de férias com a família"

*Patricia*

A atriz está ansiosa por gozar uns merecidos dias de descanso na companhia dos  pais e da irmã

A pouco mais de um mês de deixar o papel da mecânica Nanda de “Destinos  Cruzados”, da TVI, Rita Pereira conta os dias para ir de  férias.

Como é habitual, no mês de agosto desfrutará de uns dias de sol com aqueles  que lhe são mais queridos. “Vou de férias com a minha família e vamos ficar por  Portugal. Só dá para ser no mês de agosto, porque é a única altura em que o meu  pai, a minha mãe, a minha irmã e eu estamos livres de compromissos  profissionais”, disse a atriz à tvmais.

No mês seguinte, em setembro, quer fazer uma grande viagem, para um destino  com praia. “Estou a planear ir à Tailândia ou à Indonésia com algumas amigas e  com a minha irmã. São dois países que quero muito conhecer”, contou.

 

Fonte: Activa

13
Jul13

Rita Pereira: "Faço questão de defender os meus ideais"

*Patricia*

 

Sem papas na língua, a atriz Rita Pereira fala de amor e das polémicas à sua volta e da carreira.

Acredita que há, de facto, destinos cruzados?

(risos) Acredito. Acho que o grande exemplo disso sou eu e a minha melhor amiga. Apesar de ela viver em Angola há oito anos, os nossos destinos cruzam-se constantemente, desde os 14 anos.

Dá muito valor à amizade?

Dou. Tenho muito poucos amigos, porque dou muito pouca confiança. E quando dou, dou mesmo a sério. Não me rio, nem sou simpática para toda a gente. Sempre fui assim.

Depois de se tornar a Rita Pereira, sentiu que havia mais pessoas a quererem ser suas amigas?

 Acho que isso é inevitável. Não é uma coisa a que eu dê valor, e muitas pessoas se calhar fazem-no sem maldade, se calhar ficam fascinadas com uma pessoa que aparece na televisão. Por exemplo, eu já trabalhava como manequim, e era muito desprezada pelas pessoas do mundo da moda. Sempre fui a gorda, era posta de lado, não fazia desfiles, não fazia editoriais de moda. O que fazia era publicidade.

'Destinos Cruzados', que protagoniza, está 'a fritar-lhe a pipoca', como diz a sua personagem, ou é música para os seus ouvidos?

(risos) Sempre disse que a Estrelinha de 'Doce Fugitiva' era a minha preferida, mas neste momento consegui encontrar uma personagem que me deixou indecisa. Tenho tido dos melhores feedbacks de sempre, tanto a nível de personagem como de 'acting' e isso para mim é o mais importante. As pessoas na rua falou-me muito da Nanda.

 

A Rita não usa essas expressões no dia a dia, é fácil decorar tantas?

 É difícil, mas quando se estuda o texto em casa, tudo é simples no platô. Eu estudo em casa, tenho tudo pensado antes de chegar a estúdio. Quando chego já propus ao meu colega, ao realizador fazer aquilo, porque estudei em casa.

Ainda continua muitas horas à espera para gravar cenas da novela, como se queixou?

O post que escrevi [no Facebook] foi só e apenas ligado à minha produção, não foi direcionado à Plural, não é à TVI. Falei por mim, pelos meus colegas e pela minha equipa.

 

Não teve reações da Plural?

 Foi tranquilo. Disseram-me apenas, para quando for assim falar com eles em vez de escrever no meu 'jornal'.

 

Em nenhum momento pensou que isso a podia prejudicar?

Pensei, mas aprendi com colegas meus mais velhos a não ficar calada. E se há 10 anos eu chegava e tinha uma cadeira para me sentar e tinha pessoas que olhavam para mim com respeito, faço questão de ser tratada da mesma maneira 10 anos depois e de defender os meus ideais, para que os novos que cheguem possam ter essas condições de trabalho, que estão a desaparecer.

 

Sente que por ser a Rita Pereira pode fazer isso?

Não tem a ver com isso. Primeiro, foi a explosão depois de oito meses de gravações mais dois de ensaios, em que aconteceram coisas que achei que estavam incorretas. E depois é a minha personalidade. Não  acho que tenho o rei na barriga, neste momento estamos todos por igual. Eu não sei se vou ter contrato outra vez, nem trabalho. Não é por ser a Rita Pereira que posso fazer isto. Sou profissional o suficiente para poder dizer isto, posso levar na cabeça e ter consequências, mas estou de consciência tranquila.

 

Pode mesmo vir a perder o contrato de exclusividade?

Nada está garantido.

 

Isso preocupa-a?

Claro que sim. Principalmente por ver como o país está. Passo por isso através da minha família. Sei o que se passa, apesar de ter trabalho e um ordenado acima da média. Não nasci numa família rica, conquistei tudo o que tenho, sei o que os meus pais e a minha irmã estão a passar porque são professores. Sei que, de hoje para amanhã, posso não ter trabalho, tenho o meu curso, mas também não há trabalho.

É uma das atrizes que mais interagem no facebook com os fãs. Gosta de retribuir o carinho que lhe dão?

Sem dúvida. Faço porque gosto. Recebo por dia cerca de 100 mensagens privadas, tento responder a algumas. Entro em diálogo com eles nos 'post'. Se calhar essa interação constante é que faz com que eu tenha tantas pessoas no facebook.

Já disse várias vezes que vai de férias com os seus pais. Sempre fez férias com a família?

Sempre. Lembro-me de correr os parques de campismo todos do Algarve, de Sesimbra... lembro-me de ir a cantar Rui Veloso no carro, de levarmos uma lancheira para pararmos a meio, porque antigamente levávamos seis horas a chegar ao Algarve. Passava um mês inteiro em Castelo Branco com os meus avós e outro mês no Algarve com os outros avós. Somos muito ligados desde sempre. No ano passado fui para as Bahamas e para Miami só com o meu pai. Divertimo-nos imenso. Com a minha mãe é igual e com a minha irmã então... é a melhor companhia de sempre.

 

E como está o seu coração?

Está tranquilo. Não está a pensar em nada, não está a procurar nada nem à conquista de nada. Está ao sabor do vento.

É das mulheres mais cobiçadas de Portugal...

Por ser atriz apenas, porque sou uma pessoa normal. Morena de olhos castanhos, é verdade faço desporto, tenho formas, mas não sou uma Sara Sampaio, que é linda de morrer. Obviamente que, por não ter namorado torno-me uma namoradinha de Portugal. Não saio de casa a pensar que vai ficar toda a gente a olhar para mim.

 

Esse título pertencia a Catarina Furtado...

(risos) Para mim é uma honra, porque tenho-a muito em conta. Se calhar é positivo, se me tiverem em consideração como tiveram a Catarina fico muito contente.

 

Não sente falta de ter alguém ao seu lado?

Claro que sim. Ia mentir se dissesse que não. É o que toda a gente diz, não vale a pena procurar, há de acontecer. Sempre tive namorado, e de longa duração. Não sou miúda de andar aqui e ali e de me sentir bem com isso. Gostava de um dia encontrar alguém que substituísse as minhas cadelas a meu lado na cama (risos). Mas não procuro. Esta novela trouxe-me uma energia muito positiva e ensinou-me a pensar na vida a sorrir.

 

Fonte: Jn

28
Mai13

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*Patricia*

Esta manhã foi passada no evento da NBA q está a decorrer hoje e amnhã nos jardins de Belém. Para quem gosta de basket é a loucura, p quem não liga, aconselho, está demais, mesmo. Assisti a jogos, tive a possibilidade de pedir um autografo ao Muggsy Bogues, ex jogador da NBA, e ainda desafiei o meu pai num concurso de lances livres (ele ganhou ghrrrrrrr). Bem resumindo, vale a pena e a entrada é grátis.

 

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Bem-vindo/a a este blog dedicado à talentosa atriz portuguesa Rita Pereira. Aqui encontrarás as últimas notícias, fotos, vídeos e muito mais sobre a Rita. Espero que gostes do meu trabalho e volta sempre que quiseres.

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Dedicado: Rita Pereira Desde:24 de Maio de 2008 Administradora: Patrícia

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