Segunda-feira, quem assistiu aos trabalhos testemunhou a ação em 2010 e o desenlace já em 2013. Pelo meio, muitas maldades de Helena, a vilã, interpretada por Rita Pereira, contra Aurora, a "Santinha da Luz", a que Sara Barradas dá corpo. Para muitos, a hora era de nostalgia, pois "custa muito ver acabar 'Remédio Santo'." As palavras foram de Fátima Santos, empresária do ramo hoteleiro que fechou o café que tem em Viseu para ver e, até, participar em alguns planos da história escrita por António Barreira. "Sou de Viseu, mas nem conhecia Mundão. Só tive vontade de cá vir quando a novela estreou. Agora, não passava sem vir cá em dias de gravações. Aliás, até participei. A primeira vez foi na inauguração do consultório do Gonçalo. Foi muito bom a novela se ter passado em Mundão, pois trouxe muitos visitantes para verem a casa da 'Santinha da Luz'. Agora, é uma pena terminar, pois dificilmente voltam a fazer mais alguma coisa aqui", afirmou, ao JN.

Mundanenses de gema, Maria Cidália e Conceição Gomes também figuraram em alguns momentos do guião. Para elas, "foi uma honra receber a novela." Com o final do enredo, as duas temem que a terra onde vivem volte a cair no esquecimento. Afinal, "nunca se viu aqui tanta gente como nos últimos meses." O reflexo do mediatismo fez-se sentir também no Café Central, mesmo em frente à praça principal, onde o dono reconhece "que a novela mexeu" e onde ontem o pão não chegou para as encomendas.

Entre o elenco, também foi reconhecida "alguma nostalgia. Gravámos aqui muito e os meus 'décors' foram quase todos aqui em Mundão. Por isso, hoje [ontem], será a última vez que estou aqui e isso é sempre especial", reconheceu o ator Pedro Carvalho. Vítor de Sousa, o padre de "Remédio santo", não passou muito tempo em Mundão, mas também sentiu que "o povo está na rua. As pessoas gostam de nós e estão com pena de nos irmos embora", concluiu. v

O autor da telenovela "Remédio santo", António Barreira, acompanhou os últimos trabalhos em Mundão, Viseu, onde fez "um balanço muito positivo" da série. "É das maiores novelas que a TVI já fez, realizada num cenário hospitaleiro e onde as pessoas nos receberam de braços abertos e já estão com saudades mesmo antes de acabar", explicou, ao JN, acrescentando que "Remédio santo" "foi uma espécie de bálsamo no ambiente de crise em que vivemos, pois pusemos o país a rir."

No desfecho, Barreira assumiu, ainda, que o final "será surpreendente", mas escusou-se a revelar pormenores. Afinal, "nem os atores sabem. Eles estão a gravar, mas não sabem o que vai ser editado. Foram escolhidos vários finais, mas o verdadeiro só é do conhecimento de três pessoas."

Fonte: JN